Turismo de negócios tem queda de 77,9% no segundo trimestre

O setor representava cerca de 55% das vendas do setor de turismo no Brasil antes da pandemia.
O setor de turismo de negócios apresentou no segundo trimestre do ano vendas de R$ 448,2 milhões, valor que corresponde a uma queda de 70,7% em relação ao mesmo período de 2019. No segundo trimestre, a queda foi mais intensa, de 80,3%, para R$ 195,1 milhões. As informações são da Associação Brasileira de Viagens Corporativas .
O setor respondia por cerca de 55% das vendas do setor de turismo no Brasil antes da pandemia de covid-19. Gervásio, presidente-executivo da Abracorp, imagina que hoje o turismo de negócios representa de 10% a 25% das vendas totais do turismo no Brasil.
De acordo com os dados da Abracorp, houve melhora no ritmo de vendas na comparação mês a mês no terceiro trimestre. Em setembro, as vendas somaram R$ 200,4 milhões e era 60% maiores do que o total registrado em julho. “O setor esperava um crescimento de 29% ao mês, mas a retomada está lenta. Um dos reflexos disso é o desequilíbrio na definição dos preços dos serviços turísticos”, afirmou o Presidente.
O valor médio da tarifa aérea, por exemplo, caiu 20,3% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2019, para R$ 500 por trecho.
As vendas de bilhetes aéreos para voos nacionais, feitos pelas operadoras de turismo de negócios, aumentaram R$ 200,4 milhões no terceiro trimestre, com queda de 70,9% ante o mesmo intervalo de 2019. Em número de passagens a queda foi de 70,1%, para 389,6 mil bilhetes. As vendas de bilhetes aéreos para viagens internacionais de negócios tiveram queda de 93,6% no trimestre, para R$ 48,8 milhões.
As reservas em hotéis nacionais tiveram retração de 60,6%, para R$ 200,5 milhões. As reservas em hotéis internacionais, por sua vez, tiveram queda de 83,8%, para R$ 7,3 milhões.
O melhor comportamento foi no segmento de locação de veículos, com redução de 27,5% em viagens nacionais, para R$ 15,6 milhões. Em viagens internacionais, a locação de veículos teve redução de 90,7%, para R$ 393 mil.
O executivo disse ainda que o anúncio de novas restrições em países da Europa por causa da segunda onda da pandemia preocupa o setor.
“As multinacionais adotam medidas globais de segurança. As limitações de viagens são adotadas no mundo todo, mesmo que no Brasil o número de casos da doença estejam regredindo”, ponderou Tanabe. Essas restrições podem atrasar mais a retomada do turismo de negócios, na visão do executivo.
A Retomada
As empresas Tour House e 4C Solution realizaram a 2ª Pesquisa de Mercado, para classificar o potencial de retomada do segmento de eventos corporativos – segmento que estimula vendas de passagens, hotelaria e outros serviços turísticos. As empresas ouviram 1.309 profissionais das áreas de saúde, alimentos e bebidas, alimentos e bebidas, bens de consumo, indústria farmacêutica, finanças, comunicação e informação, no período de 2 a 9 de outubro.
De acordo com as pesquisas, 65,6% dos respondentes afirmaram que preferem eventos nacionais presenciais do que virtuais. As razões mais citados foram rede de contatos e aprendizado qualificado. Em relação aos eventos on-line, o fator mais relevante citado foi a segurança sanitária. Para eventos on-line, 70,1% disseram preferir eventos com duração de dois dias. Em relação aos eventos presenciais, 50,1% responderam que o ideal seriam três dias.
Em relação a eventos internacionais, 48,1% dos respondentes informaram preferir os eventos presenciais.